sábado, 15 de julho de 2017

Homem-Aranha: de volta aos anos 80

Quem era fã dos filmes adolescentes dos anos 80, como Curtindo a vida adoidado (1986) e Clube dos Cinco (1985), vai perceber claras referências neste reboot de Homem-Aranha – De volta ao lar. E os fãs insatisfeitos com os últimos longas do herói podem ser reconquistados por uma trama muito mais ligada aos quadrinhos e com o quebra-cabeça formado pelo universo cinematográfico da Marvel, que começou em 2008 e serve de introdução para o próximo Vingadores Guerra Infinita, cuja estreia está prevista para abril do ano que vem.
Tom Holland, o novo astro da trama, é o elemento-chave dessa reconquista, por parecer e atuar de uma maneira que lembra muito os enredos adolescentes da década de 80.
O reboot mostra Peter Parker na escola, com 14 anos, às voltas dos problemas adolescentes, a busca por aprovação dos colegas, paqueras, e as missões mirabolantes do time dos Vingadores e o amadurecimento do Homem-Aranha como super-herói. Assim como os personagens dos filmes dos anos 80, Parker sempre se dá mal até encontrar um plano para tirá-lo das enrascadas e a graça está no fato de que é o garoto Peter Parker que tem que encontrar a solução e não os poderes de sua face Homem-Aranha. Talvez este seja o ponto que os fãs mais entusiastas do herói possam criticar no filme e já há um burburinho nesse sentido. Mas a escolha dos roteiristas por esse caminho abre espaço para novas tramas, sem dúvida muito mais independente de uma conexão com os Vingadores.
O filme, dirigido por Jon Watts e uma co-produção entre a Marvel Studios e a Sony Pictures, é leve, cheio de ação para quem gosta de toda pirotecnica do gênero mas, graças ao carisma de Tom Holland, mantém a nostalgia das tramas dos anos 80, que vem sendo resgatada tanto em filmes como em séries de TV (como é o caso de Stranger Things). Aliás, a escalação do elenco é o ponto alto do filme. Na órbita de Peter Parker, está o amigo Ned (interpretado pelo excelente Jacob Batalon), um nerd típico que se encanta diante da ideia de ter um amigo super-herói e garante boas risadas para o público. Jon Favreu volta como Happy Hogan e o mau humor típico do personagem. Michael Keaton surge na trama como o vilão Abutre e mostra o submundo que surgiu a partir da ascenção dos Vingadores. Robert Downey Jr aparece de leve no filme, o destaque mesmo são para os personagens comuns que estão em torno do Peter Parker, como é o caso de Marisa Tomei, que vive uma Tia May moderninha.
A trilha sonora também resgata versões dos Ramones como Spider-Man e Blitzkrieg Bop com o inconfundível refrão “Hey-Ho Let’s Go” e dão o gás necessário para o filme. Um breve trecho de Can’t your hear me knocking, dos Rolling Stones, apresenta o vilão Abutre.
O garoto magricela com jeitão mais de anti-herói atrapalhado está muito mais para a realidade da molecada de hoje do que para o universo mágico de Os Vingadores. O sucesso nas bilheterias comprova isso. O longa já ultrapassou a marca dos 300 milhões de dólares em todo o mundo.

P.S. Não deixe de ver os créditos até o final. 




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