Por Dora Carvalho
A propaganda e o suspense entorno do filme Esquadrão Suicida
(2016) gerou uma grande expectativa entre os fãs de HQs ainda mais por dar
destaques a alguns dos tipos mais estranhos e malvados dos quadrinhos da DC
Comics. O filme estreou com grande bilheteria – US$ 65 milhões em apenas três
dias – mas muitos não ficaram tão empolgados com o enredo. O longa dirigido e
escrito por David Ayer (Corações de Ferro/2014 e Velozes e Furiosos/2001) é uma
espécie de conexão de Batman vs Superman com o que vem pela frente –
personagens como Mulher Maravilha (2017), Aquaman (2018) e Liga da Justiça
(2017) logo ganharão as telas. Talvez seja por isso que terminamos Esquadrão
Suicida com gostinho de quero mais.
Mas, apesar de a crítica ter torcido o nariz, os primeiros
30 minutos de filme já valem só pela trilha sonora sensacional.
Para o deleite dos fãs do bom e velho rock clássico as cenas são encadeadas com
a seguinte sequência: The Animals com “The House of the rising sun”; os Rolling
Stones aparecem com “Simpathy for the Devil; Black Sabbath é homenageado com
“Paranoid”; AC/DC enche de humor a tela com “Dirty Deeds Done Dirt Cheap” e “Bohemian Rapsody” do
Queen reforça mais para o final do filme a ideia de que os personagens são adoráveis
foras de lei.
O enredo leve ganha força, sem dúvida, com os personagens de
Will Smith (Pistoleiro) e, claro, com a Arlequina de Margot Robbie, que
empresta uma doce insanidade à personagem. Jared Leto está irreconhecível como
Coringa, mas o personagem ainda é uma figura de mistério. Viola Davis, mais uma
vez, rouba a cena, perfeita no papel de chefe da força tarefa de assassinos
enlouquecidos.
A verdadeira vilã da trama, infelizmente, fica apagada e não
convence. Cara Delevigne no papel de A Bruxa é uma figura pálida e sem muita
consistência na trama. Talvez essa seja a principal falha, fator que acabou
empobrecendo o roteiro e o ritmo do filme. Mas Esquadrão Suicida resgata algo
que há muito os fãs pedem. Um ritmo de história e sequência de cenas mais próximas
dos HQs. E ainda a diversão de escolher o malvado favorito.
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