sábado, 31 de outubro de 2015

Diversão trash: Vin Diesel e cadeiras que pulam

Por Dora Carvalho

De vez em quando, me dou o luxo (nem sempre recomendável) de ver um blockbuster sem nenhuma expectativa, apenas por diversão, nem que seja trash. Nesta semana, a única alternativa era justamente essa, já que a principal estreia da semana foi O último caçador de bruxas, dirigido por Breck Eisner e estrelado por Vin Diesel, em mais uma tentativa de criar uma nova franquia, afinal, talvez não seja possível ter Velozes & Furiosos 12, 13, 14 … Mas a sessão teve uma diversão adicional: assistir a sessão em uma cadeira D-Box, da rede Cinemark, em uma sala do Shopping Santa Cruz.
Há tempos os grandes grupos de salas de cinema tentam se reinventar e atrair novos públicos com telas gigantes e óculos 3D para dar a sensação de realidade e maior profundidade das cenas. O som parece passear pelas caixas acústicas da sala de projeção, na tentativa de enganar nosso cérebro e termos a impressão de estarmos participando dos acontecimentos da história. Ou ainda assistir graciosamente deitado em poltronas que reclinam e abrem transformando-se quase em uma cama. Outra opção é degustar espumantes com pipocas gourmets ou cardápios ainda mais elaborados que não combinam em nada com o fato de irmos a um local simplesmente para assistir nossos artistas favoritos em suas fabulosas aparições nas telonas. E já há algum tempo são as cadeiras que se movimentam, com o objetivo de tornar ainda mais “real” as possíveis reações provocadas pelo enredo projetado nas telas.
Se é divertido? É, e muito! Tenho certeza que as crianças devem adorar. Porém, o mais interessante é que o movimento da cadeira começa um segundinho antes da cena de impacto na tela. Isso fez com que, no meu caso, inibisse qualquer possibilidade de susto, embora o filme nem seja de assustar tanto assim. Mas é justamente essa a questão. São tantos adicionais criados para essa tal experiência de cinema real e diversão sem limites que o mais importante – o filme! – fica em segundo plano.
Ah, sim … o filme: Vin Diesel faz Kaulder, uma espécie de algoz de bruxas condenado à imortalidade e que vagueia mundo afora trancafiando seres malévolos em uma prisão há 800 anos. O objetivo é evitar o apocalipse. Ele faz parte de uma ordem chamada de O Machado e a Cruz, capitaneada por padres que, a cada geração, coloca um “Dolan” responsável por ser uma espécie de guardião das histórias das caçadas e das relíquias malignas encontradas pelo caçador. Vin Diesel luta, salta, faz acrobacias no ar, usa espadas e armas, dirige um carro super potente e estiloso … Enfim, a mesma fórmula dos outros filmes, só que, desta vez, em um universo fantástico. Mas é o mesmo que você viu em Triplo X, Riddick e Velozes & Furiosos. Enfim, Vin Diesel sendo… ele mesmo. Ótimo, sem enganações até aqui. O ator se cercou de nomes de peso, como Michal Caine, e atores com certo sucesso em histórias de fantasia, como Elijah Wood (O hobbit) e Rose Leslie (Guerra dos Tronos) para criar o universo do longa. Não deu muito certo.
O que ninguém pode fazer é tirar o mérito de Vin Diesel de fazer boa bilheteria. Velozes & Furiosos 7 já é considerado o filme com a terceira maior arrecadação da história e já ultrapassou US$ 1,5 bilhão em todo o mundo.  A bilheteria da primeira semana de O último caçador de bruxas nos Estados Unidos foi considerada até o momento ruim, já que o filme teve orçamento de US$ 70 milhões e arrecadou US$ 10 milhões na estreia. Mas o mesmo já aconteceu com a franquia de Velozes & Furiosos e Vin Diesel não se rendeu e, não à toa, deve chegar à oitava edição da saga.

Enfim, sessão divertida com direito a sacolejos. Mas, da próxima vez, quero mesmo é ver um bom filme.





sábado, 24 de outubro de 2015

A colina escarlate: belo terror

Por Dora Carvalho

Quem é fã do gênero gótico não perde a oportunidade de ver nas telonas dramas obscuros, com uma pitada de terror, fantasia e personagens atormentados por um passado cheio de segredos, misturados à beleza pertubadora de vilões sombrios. É claro que o filme A colina escarlate (Crimson Peak/2015) tem todos esses elementos, com toques adicionais de belos cenários, fotografia, figurinos, que beiram ao encantamento não fosse o fato de ser um longa de terror.
Dirigido por Guillermo del Toro (O hobbit/2012), A colina escarlate tem roteiro e execução do cineasta mexicano. O enredo tem claras referências a Jane Eyre, da escritora britânica Charlotte Brönte, assim como elementos que nos remetem ao Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brönte, dois clássicos do gênero gótico.
O enredo conta a história da jovem escritora Edith Cushing, interpretada por Mia Wasikowska, que já fez nos cinemas a personagem Jane Eyre em 2011. Atormentada desde a infância por visões, Edith transforma seus medos em um romance repleto de fantasmas, porém, encontra resistência das editoras para publicar o primeiro livro. Até que surge o enigmático e tristonho baronete Thomas Sharpe, vivido por Tom Hiddlestone (Amantes Eternos/2013) e sua irmã Lucille Sharpe, personificada por Jessica Chastain (Interestelar/2014).
O mistério em torno dos dois capta o interesse da jovem autora. É preciso dizer que a maquiagem e figurino transformam Edith, Thomas e Lucille em seres belíssimos e Tom Hiddlestone e Jessica Chastain parecem flutuar em cena logo no início do filme. Até que a verdadeira natureza dos personagens se revela e passamos a temer a crueldade que tanta beleza esconde. 

Não espere um típico filme de sustos, com gritos e pulos da cadeira. As cenas mais medonhas se resumem a meia dúzia, se tanto. Mas esteja preparado para uma beleza sem igual para um filme de terror, muito mais voltado para a melancolia típica e amores impossíveis do gênero gótico, com todo desfecho de luxúria e loucura que costumam rechear esse estilo. E, por fim, atenção para a trilha sonora, cheia de lindas execuções para piano.





sábado, 17 de outubro de 2015

Novo vício para fãs de séries de tribunais

Por Dora Carvalho

Fato recorrente nas séries norte-americanas: a participação de grandes atores de Hollywood. Desta vez, é a atriz Viola Davis que está dando um show no seriado How to get away with murder, produzido pelo canal ABC e transmitido no Brasil pelo Netflix. A trama gira em torno da personagem Annalise Keating (Viola), advogada de direito penal e professora da fictícia Universidade de Middleton, na Filadélfia, que tem um jeito muito peculiar de ensinar os alunos a defenderem assassinos confessos.
Logo no primeiro episódio, Annalise escolhe alguns estagiários para vivenciarem as teorias do Direito na prática, porém, com métodos bastante discutíveis e pouco éticos.
Seria mais uma trama de tribunais e advogados não fosse a disputa que se instala entre os estagiários e melhor: o ritmo do roteiro. Falarei pouco para evitar spoilers. A trama tem passagens rápidas no tempo, com pequenos flashes de um fato que deve ocorrer no futuro, mas que o espectador vai recebendo informações em trechos mínimos. No primeiro episódio, em vez de perguntar “quem matou?”, a dúvida é “quem morreu?”.
Viola Davis parece ter se agarrado ao papel com unhas e dentes tamanha a ferocidade com que interpreta. Ela dá o tom e segura o enredo como poucos atores. Felizmente, a atriz já renovou contrato para uma segunda temporada.
How to get away with murder ainda não tem título em português no Brasil, mas em Portugal foi escolhido dizer  "Como defender um assassino”. É um título útil e pertinente, sem dúvida, mas que esconde a ironia da trama, porque o enredo pretende não só indicar como se safar de um assassinato, mas também sobre escolhas que se faz para ter sucesso profissional. 
A série é uma ótima mistura de tribunais, mistério, policial e, é claro, ótimas interpretações. Fãs do gênero: é para viciar. 





sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Blockbusters de infância: os clássicos dos anos 80

Por Dora Carvalho

Os filmes dos anos 80 marcaram a minha infância pela extrema liberdade e inovação com as quais diretores e produtores faziam filmes para o público mirim e família. Alguns ficaram na história do cinema e se tornaram clássicos, como é o caso de E.T. Extraterrestre (1982), dirigido por Steven Spielberg.
Quem se lembra do filme Os Goonies (1985), também dirigido por Spielberg? Era difícil saber se era para gostar ou ter medo de um filme de aventura em que um grupo de crianças em busca de um tesouro perdido se deparou com estranhas armadilhas, com cenas de sustos do começo ao fim. A incrível trilha sonora capitaneada pela cantora Cindy Lauper era puro deleite.
Os mogwais, estranhas criaturas parecidas com pequenos morcegos, se tornaram sucesso em meados dos anos 80 no filme Os Gremlins (1984). Os seres da noite, híbridos de coruja e morcego, tinham medo da luz e se multiplicavam alucinadamente. Até hoje há quem use a expressão “parecem gremlins” ao falar sobre uma grande quantidade de pessoas, em referência a uma espécie de gíria da época, graças ao sucesso do filme.
Por falar em gíria, Ghostbusters – Caça-Fantasmas 1 e 2 ( 1984/1989), dirigido por Ivan Reitman e roteiro escrito pelos protagonistas Dan Aykroyd e Harold Ramis, estava recheado delas. Talvez a mais lembrada seja “você virou um ectoplasma!”.  A música título, de Ray Parker Jr., embalou muitas festas na época. A comédia é considerada um dos maiores sucessos do gênero na indústria do cinema, já que o primeiro filme teve um orçamento de 30 milhões de doláres e receitas de quase 300 milhões.
A lista de grandes filmes dos anos 80 é longa, não dá para deixar de citar De volta para o futuro (1985), Karatê Kid (1984), os episódios de Star Wars, História sem Fim (1984), Labirinto (1986) e a linda canção “As the world falls down”, interpretada por David Bowie, assim como Curtindo a vida adoidado (1986) e Indiana Jones (1981). 
Feriado prolongado e tempo disponível podem ser sinônimos de Sessão da Tarde, iguais as dos anos 80. E com direito a filme dublado, só para lembrarmos das vozes engraçadas que garantiam toda a diversão. 









sábado, 3 de outubro de 2015

Chega logo janeiro! Arquivo X está de volta!

Por Dora Carvalho

Três novos teasers da temporada 2016 de Arquivo X já estão enlouquecendo de curiosidade os “Xsers”, os fanáticos seguidores de uma das séries de maior sucesso da década de 90, grupo no qual me incluo. Sim, o retorno dos X-Files é a prova que faltava de que definitivamente essa década está de volta, basta dar uma olhada na moda, música e cinema, se ainda não tiver certeza.
Os agentes Fox Mulder e Dana Scully voltam à telinha em um especial de duas horas, que estreia no dia 24 de janeiro nos Estados Unidos e será transmitido pelo canal Fox. Serão seis episódios produzidos, é claro, por Chris Carter, e protagonizados por David Duchovny e Gillian Anderson.
Os teasers sugerem que, mais do que a ideia de que existe vida extraterrestre, o seriado vai continuar com o mote de teoria da conspiração, mas desta vez recorre à temática da “guerra suja”, pós 11 de setembro de 2001, em que o medo global gira em torno de terrorismo, armas químicas e experiências com armas nucleares em países fora do eixo EUA-Europa.

Será no mínimo engraçado rever os atores que acompanhei durante toda a década de 90 de novo nos papéis dos estranhos agentes do FBI. Quem perdeu o “fio da meada”, vale assistir os dois filmes que estrearam logo após o encerramento do seriado: Arquivo X – O filme (1998/Rob Bowman) e Arquivo X – Eu quero acreditar (2008/Chris Carter) e relembrar onde a história parou e segurar a curiosidade. Teorias da conspiração sobre os rumos da série já surgem aqui e ali na internet. Mas é como diz o novo mote da série: "Trust no one" - não acredite em ninguém!